Patrocinado por

O que ver na Galiza: dez locais para visitar na ria de Arousa

REBECA CORDOBÉS

VEN A GALICIA

MARTINA MISER

O fim da temporada alta é o momento ideal para descobrir a margem de Pontevedra deste destino paradisíaco, que atrai milhares de turistas cada verão

15 sep 2022 . Actualizado a las 14:23 h.

Das torres de Catoira até à praia de A Lanzada, passando pelos paços de Cambados ou os miradouros de Vilanova. Alguma coisa deve ter Arousa para atrair milhares de turistas cada verão. Por isso, o fim da época alta é um momento ideal para descobrir este destino paradisíaco, sem massificações e com um preço mais acessível. Ao tratar-se da ria mais extensa de Galiza e da que divide as províncias de A Corunha e Pontevedra, vamos nos centrar na margem de Pontevedra. Desde o rio Ulla até à ilha de Sálvora, passando por A Illa e O Grove, estes são dez locais que deve visitar sem falta.

Torres do Oeste, em Catoira

Torres do Oeste, em Catoira.
Torres do Oeste, em Catoira. MARTINA MISER

Cada primeiro domingo de agosto, sofrem a invasão de hordas de vikings. Sabe do que estamos a falar? As Torres do Oeste, de Catoira. Este local encontra-se na realidade na margem do rio Ulla, mas torna-se uma visita imprescindível se passar por esta zona.

As Torres do Oeste são na realidade as ruínas de um castelo que servia para proteger Santiago das tentativas de invasão, como se rememora na Romaria Viking de Catoira. Durante os séculos IX e X, foram várias as ocasiões em que esta fortaleza agiu como "chave e selo da Galiza", visto que aí se impedia a passagem dos barcos da ria de Arousa para o rio Ulla. Uma rota ligada à tradição jacobeia, que conta que foi o itinerário seguido pelos restos do Apóstolo.

Uma visita a este lugar permite também aproveitar para passear pelos passadiços de madeira que a rodeiam e que se tornaram um verdadeiro paraíso para os influencers.

Pazo de Fefiñáns, em Cambados

Pazo de Fefiñáns, em Cambados.
Pazo de Fefiñáns, em Cambados. MARTINA MISER

As fortalezas defensivas como a de Catoira estendem-se por toda a ria de Arousa. Sem ir mais longe, um dos símbolos mais reconhecíveis da capital do vinho alvarinho é a torre de San Sadurniño. Estamos sim a falar de um dos postais mais típicos de Cambados, ao lado do paço de Fefiñáns.

O paço de Fefiñáns foi construído no século XVI. De estilo renascentista, sofreu ampliações e modificações ao ritmo das passagens de mão em mão das suas chaves. Torneou-se assim o livro aberto no qual se pode ler a história e a herança arquitetónica de Cambados. Na atualidade, alberga duas adegas de vinho com denominação de origem Rías Baixas, sendo necessário pagar entrada.

Miradouro de monte Lobeira, em Vilanova

Miradouro de monte Lobeira, em Vilanova.
Miradouro de monte Lobeira, em Vilanova. MARTINA MISER

Arousa é terra de vinhos. Uma forma de o verificar é procurar nas alturas os inumeráveis vinhedos plantados nas suas terras. Um exemplo é o miradouro do monte Lobeira. Situado em Vilanova, é a varanda por excelência da ribeira de Pontevedra da ria. As vistas abrangem desde O Grove até Catoira, passando pelo vale do Umia e até à ilha de Ons, já na ria de Pontevedra.

A panorâmica mais espetacular apanha-se na Cruz de Lobeira, um monumento às vítimas do mar situado a quase 300 metros de altura. Subir até aí permite, além disso, passear entre antas e vestígios da época castrexa.

Castro Alobre, em Vilagarcía

Assentamento do Castro Alobre, em Vilagarcía.
Assentamento do Castro Alobre, em Vilagarcía. MONICA IRAGO

Mas se o que quiser for viajar até à época dos Celtas, o sítio arqueológico melhor conservado encontra-se em Vilagarcía. Trata-se do castro Alobre, um assentamento que data do século I a. C. e que esteve habitado até ao século V. Está situado em O Montiño, perto do centro histórico.

Ilha de Cortegada

Ilha de Cortegada, na ria de Arousa.
Ilha de Cortegada, na ria de Arousa. MANUEL MARRAS

Também na municipalidade de Vilagarcía, mais concretamente nas suas águas, encontra-se a ilha de Cortegada. A grande desconhecida do Parque Nacional das Ilhas Atlânticas é um tesouro que vale a pena explorar. Entre outras coisas, porque conserva um dos poucos bosques de loureiros que existem no mundo. Além disso, entre as suas árvores centenárias é possível encontrar uma aldeia abandonada e as ruínas de uma ermida, a da Virgem dos Milagres, que atraia numerosos peregrinos pelas suas propriedades curativas. Chegar à ilha requer experiência, visto que apenas se pode aceder a ela sulcando a ria.

Faro de Punta Cabalo, em A Illa

Praia e faro de Punta Cabalo, em A Illa
Praia e faro de Punta Cabalo, em A Illa MONICA IRAGO

A ria de Arousa tem na realidade numerosas ilhas. No entanto, hoje em dia, algumas delas não respondem ao significado de isolamento. É o caso de A Illa, um dos pontos mais turísticos da zona, à qual se pode aceder através de uma ponte. Toda a municipalidade beneficia da declaração de reserva natural e, embora a zona norte esteja urbanizada, a sul, respira-se natureza. No entanto, para tentar preservar a conservação do seu ecossistema após os meses de grande afluência de visitantes, a recomendação é visitar Punta Cabalo.

Situado na zona norte do município, o faro de Punta Cabalo encontra-se numa península de rochedos. Nos seus arredores, tanto é possível aproveitar para dar um bom mergulho nas suas enseadas como de uma tarde de esplanadas nos seus bares.

Praia de A Lanzada, em O Grove

Praia de A Lanzada, em O Grove.
Praia de A Lanzada, em O Grove. ADRIÁN BAÚLDE

Mas se quiser um banho de gente, a praia mais emblemática do turismo na zona é A Lanzada. Está situada no ismo que une O Grove a Sanxenxo. Oferece dois quilómetros de areia fina que cada verão acolhem as toalhas e espreguiçadeiras de quem quer aproveitar um dia de sol, praticar surf ou participar num dos ritos de fecundidade mais conhecidos da Galiza. Conta a lenda que as mulheres que quiserem engravidar devem saltar nove ondas na noite do último sábado de agosto, no solstício de verão ou no San Xoán.

Trilho de Pedras Negras, em O Grove

Trilho de Pedras Negras, em O Grove.
Trilho de Pedras Negras, em O Grove. MONICA IRAGO

Em O Grove também se podem ter planos mais atraentes do que ficar deitado na tolha. Por exemplo, passear pelo trilho de Pedras Negras, que une o famoso porto desportivo de San Vicente do Mar à praia de Canelas. Uma caminhada através de passadiços de madeira que permite desfrutar da brisa do mar, do canto das aves que lá habitam ou das vistas da ilha de Ons.

Ilha de Sálvora

Ilha de Sálvora.
Ilha de Sálvora. MONICA IRAGO

Outra das ilhas que se podem ver desde O Grove é a de Sálvora. De facto, os barcos que chegam até este sítio do Parque Nacional das Illas Atlánticas partem do município. Ao contrário do que acontece em Cíes e Ons, não dispõe de um serviço regular de visitas. Em troca, oferece um passeio pela natureza sem massificações. Se tiver oportunidade de chegar até lá com algumas excursões, poderá descobrir a riqueza natural e a beleza paisagística da ria de Arousa, onde o arquipélago tem o papel de barreira natural entre as bateas e o oceano.

Sálvora também tem uma pegada humana muito bem conservada. A sua história ainda é visível nas construções que se mantêm em pé. Exemplo disso é o paço de Goyanes, que agora funciona como museu, mas que antigamente foi um armazém de salga. A aldeia abandonada, com as suas casas, espigueiros e tanques, também serve para se ter uma ideia de como era a vida dos habitantes da ilha.

Obviamente, não falta o faro, que foi construído após o naufrágio do barco Santa Isabel em 1921. Um trágico acontecimento em que faleceram 213 pessoas e apenas 56 sobreviveram, resgatadas por um grupo de mulheres da ilha, conhecidas como as heroínas de Sálvora. Mas esta é apenas uma das histórias que rodeiam o arquipélago. O lugar está cheio de lendas como a da sereia Mariña, cuja escultura parece dar as boas-vindas aos visitantes.

Bateas da ria de Arousa

Bateas da ria de Arousa.
Bateas da ria de Arousa. MARTINA MISER

Para desfrutar a 100% da ria de Arousa é necessário vivê-la nas suas águas. Existem numerosas ofertas de turismo náutico que às travessias de barco juntam as experiências como visitar as ilhas, provar o seu marisco e até ir às suas bateas. Esta última opção, dada a quantidade de festas gastronómicas nas quais poderá provar os seus frutos, permite conhecer como se cultivam esses mexilhões que enchem os pratos dos melhores restaurantes.