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Fanny Pena, a jovem que conquista as redes mostrando a Galiza: «Cheguei a organizar uma lua de mel no Instagram»

C. M. / TRANSLATION: MARCOS RANDULFE

VEN A GALICIA

Há anos que compila todos os locais da comunidade que visitou e que partilha no seu perfil @engaliciamorate. Conhecedora dos melhores recantos da geografia galega, conta qual o seu lugar preferido e até onde encontrar o melhor croissant

13 oct 2023 . Actualizado a las 17:15 h.

Fanny Pena (Friol, 1996) é, provavelmente, a pessoa que com mais emoção fala das praias, miradouros, restaurantes e, em geral, qualquer ponto da Galiza que mereça ser visitado.

A sua conta @engaliciamorate, que ultrapassa os 35.000 seguidores, é o perfil a conhecer se quiser visitar a Galiza. E ao vê-lo será praticamente impossível não ficar com vontade de o fazer.

— Como nasceu Engaliciamorate?

— A primeira publicação foi exatamente a 24 de julho de 2019. Eu sempre gostei de viajar e andar de um lado para o outro e, na altura, o meu parceiro e eu queríamos de alguma forma partilhar as nossas viagens e, em geral os sítios que visitávamos. Digamos que já fazíamos esse trabalho de influenciadores entre as nossas pessoas conhecidas, que nos pediam sempre recomendações para viajar pela Galiza.

— Ter começado num 24 de julho foi por acaso?

— Decidimos criá-la na véspera do Dia da Galiza como homenagem. Queríamos que o lançamento coincidisse com uma data especial e começámos com um post sobre Santiago. No princípio, era simplesmente um cantinho em que íamos partilhando os sítios que visitávamos, como passatempo. Mas eu estudei publicidade, e trabalho em comunicação, portanto, desenvolvo-me nas redes sociais por razões profissionais. Começou então a ir além disso e considerei fazê-lo como trabalho, porque não sei fazer as coisas de outra forma.

— Neste momento geres tu sozinha o perfil?

— Neste momento sim, a 100%.

— E é a tua única atividade?

— Não. Tenho um trabalho a tempo inteiro numa agência de marketing em Vigo, que concilio com a minha atividade de freelancer, de criação de conteúdo e gestão da comunicação na Landra Shop, uma loja de moda familiar.

— Há no site um mapa com todos os lugares da Galiza que visitaste e recomendas marcados. Quando começaste a fazê-lo e como é que o vais atualizando?

— Criámos o mapa logo de início e acho que é o mais útil do Engaliciamorate. Escreve-me muita gente a preguntar por sítios a visitar em diferentes zonas e o que faço muitas vezes é encaminhá-las para esse mapa, em que fui marcando todas as minhas recomendações e todos os lugares que se deveriam visitar. É um mapa que gostava de ter mais atualizado mas, tenho três trabalho e não dou vazão. Mesmo assim, acho que continua a estar bastante completo.

— Falando daquilo que as pessoas te escrevem, qual é a pergunta que mais recebes nas redes?

— A pergunta que mais se repete é «o que me recomendas ver se for X dias à Galiza», tanto de seguidores como de utilizadores que não me seguem. Escrevem muitas pessoas que estão interessadas em vir à Galiza e o que querem saber são os imprescindíveis.

— E costumas responder?

— Sim, e acho que isso é o que mais trabalho me dá de tudo aquilo que faço, é responder as mensagens do Instagram do Engaliciamorate. A maioria são de pessoas que procuram conteúdo muito específico e, embora muitas vezes já esteja no perfil, eu respondo sempre, mais tarde ou mais cedo, a todas as mensagens. Sem dúvida, fazer o itinerário com a pessoa que está a falar comigo é o que mais tempo consome. Uma vez, até ajudei uma rapariga que vinha de lua de mel e fizemos juntas o itinerário. Foi incrível e fiquei muito contente porque ela agradeceu muito mesmo, dizendo que graças a mim tinha tido uma lua de mel incrível. Estas coisas fazem-nos sentir muito realizados.

— A pergunta de sempre: qual é o teu lugar preferido na Galiza?

— Puxo para a minha zona. Acho que Friol é uma das zonas mais bonitas do mundo. É o meu sítio no mapa e tenho um carinho especial por ele. Mas, além disso, o meu coração está dividido entre as Rias Baixas e as Altas. Estas últimas parecem-me uma zona muito pouco explorada turisticamente e que é impressionante, com muitos lugares de interesse: falésias, praias, miradouros, pores-do-sol...

— O por-do-sol mais bonito?

— Para mim, os mais impressionantes são os da praia de Patos, em Nigrán. Em que lugar do mundo se pode ver o sol a pôr-se sobre ilhas?

— Também partilhas muito conteúdo de rotas. Qual é a que mais recomendas para principiantes?

— Recomendo muito a de O Fuciño do Porco ou qualquer percurso pelas ilhas Cíes. Mas, se calhar, para alguém que quer começar, mais do que uma rota, recomendaria o passeio de Pedras Negras, em San Vicente do Mar. É lindo, curto, simples e acho que até se pode fazer com crianças.

— Algum conselho para alguém que queira visitar a Galiza que ainda não tenhas partilhado?

— Tenho uma publicação sobre isso no Instagram e haverá mais entregas. Nelas irei incluir o facto de trazer guarda-chuva e de se vestir por camadas. As pessoas que vêm têm de saber que aqui, num mesmo dia, passamos por todas as estações do ano. Outra recomendação é que não se trata de uma viagem em que se possa medir perfeitamente tudo, sendo o mais importante que as pessoas relaxem, que desfrutem do lugar, que se deixem levar e que dedique a cada sítio o tempo que considerarem necessário. Não se pode fazer a viagem agendando tudo com um horário demasiado estrito.

— Falemos de gastronomia. Qual é a tua comida galega favorita?

— As vieiras ou os mexilhões. Teria de pensar melhor.

— Os três melhores sítios para comer?

— Em primeiro lugar, por qualidade e quantidade, Lugo; em segundo lugar, vou ficar pelas Rias Baixas, porque o marisco é brutal e o terceiro diria a Costa da Morte, porque há muitos restaurantes muito bons e muito desconhecidos.

— Algum restaurante que te pareça incrível que haja na Galiza?

— Não é um restaurante como tal, mas há um sítio em Lugo que recomendo muito no meu perfil porque me parece incrível: La Postrería de Noe. Fazem pastelaria de autor com muitíssima inovação e têm jeito para fazer qualquer tipo de bolos e pastéis impressionante. Para mim é brutal, um joia.

— No Instagram tens uma história destacada que se chama Croissants. Qual o melhor que tenhas comido?

— O da Confitería San Luis, em Carballo.

— O que dirias que é o melhor e o pior das redes sociais?

— O melhor é conhecer pessoas incríveis que partilham os teus gostos e das quais aprendes muito. O pior, a constância que é preciso ter para a própria ferramenta não te penalizar.

— Fizeste Caminho de Santiago?

— Ainda não. Fiz alguma etapa, mais nunca completo. Gostava de fazer o Inglês ou o Português.

— Algum outro sítio que ainda não visitaste?

— As ilhas Ons e o carnaval de Laza.